quarta-feira, 2 de maio de 2012

Amigos para sempre

Ele sabia muito bem o que sentia, e se estava longe de ser qualquer tipo de sentimento romântico, se aproximava de redenção. Redenção de si próprio. Como se ele precisasse mostrar a si mesmo que podia ser para ela o que ninguém lhe foi: um amigo de verdade.
E ele esteve firme durante os anos, durante as inconstâncias, durante as quedas e deslizes. Sofreu, mas esteve ali. Nunca havia conhecido alguém tão certa e tão errada de uma vez só. Tão parecida com ele e tão oposta que era como conhecer seu melhor e seu pior lado quando estava com ela.
E ela sabia que não era o melhor para ele, sabia que ele merecia muito mais, mas ele fazia despertar nela uma vontade de ser melhor. Ela sabia tão bem que não era boa para ele que se deixou seduzir pelo fato de que ele se manteve ali, mesmo a conhecendo. E com a química inegável, com a beleza daquela relação, ela achou que o melhor era se apaixonar por ele. Não encontraria alguém que continuasse tão firme. Tentou, tentou, e enquanto estava com ele era como se pudesse até conseguir.
Enquanto a beijava, ele se sentia dividido entre a culpa de fazê-lo sem sentir nada que lhe exigisse aquilo e entre o sentimento divertido de calor que percorria suas veias enquanto ele matava um pouco de sua carência. Porque apesar de tudo, sabia que ela não conseguiria se apaixonar por ele, e nem era o que ele queria, porque tinha certeza que não a amava. Na verdade mesmo, ele nunca havia se apaixonado, e não achava que precisasse tão cedo.
Mas quando se separaram e ele provou estar certo, sentiu falta de saber que ela tentava se apaixonar por ele. Porque era bom. Porque precisava. Porque muitas outras já se apaixonaram por ele por muito menos. Então por que ela não podia fazer o mesmo?
Ele não estava nem sequer perto dela para tentar seduzí-la (sabia que era o que fazia, mesmo que sem querer), não estava perto para abraçá-la, para assistir filmes com ela, e achava que quem a seduziria seria alguém que estivesse mais perto. Era isso, ele sentia falta de mexer com ela.
Ele tinha lutado pela sanidade dela mais do que qualquer um e a merecia, merecia ser o melhor amigo dela. Mas as coisas já estavam tão diferentes, ela já tinha um melhor amigo na casa ao lado, e esse sim estava lá, ao lado dela. Mesmo que esse não a conhecesse pela metade do tempo que ele conhecia, era esse que estava ali! Ele... Ele estava a milhares de quilômetros dela. Sentiu então, que se não pudesse ser seu único melhor amigo verdadeiro, o melhor mesmo era desistir. Não suportava ser o segundo.
Então... deveria desistir?

2 comentários:

  1. Claro que não. Não se desiste do amor. Rsss.
    Um boa semana!
    Abraços,
    Denir.

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  2. essa menina me lembra um pouco da may... como se fosse uma redenção por estar na pele dela... entende. eu gostei. mas acho que ele não deveria desistir. o ryan não desistiu.

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