terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Você e eu para... sempre?

A vida muda num piscar de olhos. Num dia amamos, no outro dia o que temos é ódio. De par perfeito viramos os perfeitos estranhos. O ano passa, novas coisas a fazer, novas tarefas que nos afastam das tarefas antigas. Pessoas vem e vão pela sua mente, a amizade dos que ficam às vezes muda. Se enfraquece, se fortalece e você sente que a culpa foi de tempo. Anos depois aquelas pessoas voltam a te ligar: lembraram de você. O tempo passou.
Sabe quando o dia parece pequeno, as horas parecem minutos? Quem já desejou viver pra sempre não sabe o que isso significaria. O que você faria com toda uma eternidade pela frente? Essa pode até ser uma pergunta frequente nos últimos anos, mas não uma pergunta que eu tenha feito a mim mesma. Já desejei milhares de vezes que o relógio parasse no meio de algo incrível; queria muito mais tempo pra fazer certas coisas e nunca vou tê-lo. Pensar assim me leva de volta aos meus 9 anos de idade quando eu fiz esse desejo com a maior força que eu podia. Depois disso eu cresci, deixei de desejar o impossível.
Tive que pensar muito em eternidade enquanto escrevia DMN e muitos sentimentos de compaixão surgiram em mim para com a minha própria personagem. Tendo que pensar como ela por um tempo eu fui obrigada a sentir o drama. Drama de quem tenta planejar uma história de amor que é totalmente impedida pelo tempo.
"– Ryan – May chamou; sua voz indiferente; não sei, talvez triste.[...]– Quanto tempo você acha que vai viver?
– O quê? – repeti; dessa vez surpreso com suas palavras. Era a coisa mais macabra que já a tinha ouvido perguntar. – Nossa, você é mesmo boa em acabar com o clima. E é porque já não estávamos em um muito bom.
– A gente tem que encarar essa pergunta cedo ou tarde. Não há opções aqui, você vai envelhecer. É triste, é terrível ouvir isso, e imagino que deva ser pior pra você ouvir de mim; mas é um fato que nos persegue. Quanto tempo acha que vai viver?
– O que mudaria pra você saber disso? Já pedi pra pensarmos no agora.
Ela levantou. – Eu preciso fazer planos, Ryan! Pra nós dois o acaso não é opção, você não entendeu? Se a cada dia nós vivermos no agora, eu tenho medo de que chegue o dia em que o agora acabe sem que eu tenha feito nada do que queria pra nós.
– Então faça isso agora.
– Não é simples assim, você sabe!
– O mundo vai acabar, May; faça seus planos como se isso for acontecer amanhã, então.
– E então a gente vai se ver de novo? Depois de amanhã, eu quero dizer, depois do mundo acabar. Vai ser rápido assim ou eu vou ter que esperar muito?"

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