segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Watching someone leave

Meu aniversário passou, fiquei velha. O Natal passou, minha fé cresceu. Ano novo está por vir, estou com medo. Verão, tempo de praticar meus conhecimentos no volante. A sensação é muito boa. Menos quando a minha última aula foi sobre como subir de ré numa ladeira e eu tive pesadelos com o carro descendo desenfreado.
Tenho ficado longe da civilização por algum tempo, tenho passado bastante tempo com meu violão, também ando lendo bastante, e escrevendo. Esses dias ressuscitei umas velhas músicas e pela primeira vez percebi o quanto elas são bonitas. Eu estou sempre catando essas bandinhas novas que ainda não fazem muita grana porque eles gostam de se divertir, de mostrar o que sentem.
Espero que essa música inspire muita gente, porque inspirou a mim.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

DESTAQUE!

Fiquei chocada com o talento desse garoto, o Israel. Dezessete anos e uma mente poderosa! Aqui vai uma pequena demonstração da capacidade dele de encantar:


Indeciso e Irresoluto:

[Sobre as escolhas e a impotência humana mediante as forças da vida, com ênfase nas dificuldades da juventude].
...
Tantos caminhos labirínticos... Cuidado, o minotauro!
Ah, tantos labirintos caminhos... Tantos túneis cavoucados de tatus cegos. São tantas cavernas a esquerda, a direita, pra cima, pra baixo... Bem, são caminhos, bem ou mal isso se sabe. Não se sabe se são certos, incertos ou errados.
Aonde irei? Que caminho devo escolher? Devo escolher? São tantas aleias. E agora? Tantas flores no caminho. Devo parar e observá-las ou continuar seguindo o fluxo? O agora. O pós.
Queria poder ser muitos, me fragmentar em pequenas partes úteis de um só. Queria ter mais tempo para saber o que quero. Queria multiplicar, ou a mim ou ao tempo ou a ambos. Assim poderia aprender tudo que eu gostaria de aprender, poderia ser tudo que eu quisesse ser.
Afinal...
São tantas horas e minutos, e são tão poucas... São tantos grãos de areia na ampulheta, mas os mesmos são tão pequenos...
... E há um descontentamento tão grande por não sermos sobrenaturais, por sermos apenas humanos apenas naturais, por não podermos controlar a existência e o tempo, por negligenciarmos a nós mesmos (o complicado autogoverno). Ó grande impotência do ser humano... Ó tamanho desgoverno!
É tão frustrante não ser superpoderoso, só ser um... Só ser um (ponto – só um ponto). É difícil escolher e controlar os rumos de uma única vida. Penoso mesmo (eu que sei) é ser jovem, receoso, hesitante, indeciso, irresoluto.
E quanto a nós todos daqui da Terra: Somos por acaso?
Somos por acaso humildes pistas ínfimas de um mistério insolúvel infinito (migalhas), ou somos provas documentadas? Alguém ou algo se lembrará de nós quando partirmos?
O único consolo é saber: o ser humano, contudo, excede a própria natureza. Somos O Porém da Terra. Um campo infinito de flores finitas.
Amém.
Israel Silva
Mande seu texto pra meu email, o próximo destaque pode ser você! ja.nobel@hotmail.com

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Do you know

Hum, essa música é saída do forno. A fiz enquanto o zelador do prédio terminava de limpar minhas janelas, pendurado do lado de fora. Interpretem como quiserem. haha

You know
It’s been a long time since I’m not asking anyone to flatter me
You know
It’s been a lonely hide
And now I’m spending time with my own company
You know
It’s been good, it’s been nice
Good bye

I’ve tried to see the blue sky that everyone wants to turn in grey
I’ve gone far enough to miss no one with a smile on my face
Cause I’ve been there, and get there makes you wanna go back
You know

Tonight
The time is passing by, your face ran off of my mind and I’m enjoying this
Tonight
I’ll say that is my turn to go to the top of the world
But I’m still waiting
Tonight
It’s been fine, its all right
Good night

I’ve tried to see the blue sky that everyone wants to turn in grey
I’ve gone far enough to miss no one with and keep a smile on my face
Cause I’ve been there, and come back, makes you wanna have stayed there.
You know

Everyone, everything comes to a time when they can’t be always strong
And all along have been the same.
But I’m not that weak to cry, I’m strong enough to survive
Cause I’ve always knew, I knew that

I’ve tried to see the blue sky that everyone wants to turn in grey
I’ve gone far enough to miss no one with a smile on my face
Cause I’ve been there, and come back, makes you wanna have stayed there.
You know

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

I still got so many unsaid things that i wanna say

Dica: nunca ache que eu vou parar. Nunca ache que eu vou parar mesmo que todo mundo saiba que isso me faz sentir a pessoa mais retardada do mundo. É como se eu já não tivesse provado desse veneno antes, é como se eu não tivesse percebido que para o ser humano, sentir a falta do outro faz muita diferença. É que eu cresci muito esses últimos anos e aprendi que deixar o orgulho de lado às vezes me faz alcançar as pessoas, ser mais maleável e mais alegre, carregando ou não uma mágoa enquanto ofereço um sorriso.
Queria ser uma boa memória, sabe. Peço desculpas demais, aguento muitas frases idiotas, ignoro coisas que me fariam recuar, tudo pra tirar a culpa que alguém poderia sentir e trazê-la pra meus ombros; pra mim fica mais fácil, mas não sou nenhuma mártir, pelo contrário. Não significa que sou de ferro, não significa que eu não continue a pensar e repensar no que ouvi. É que de todas as coisas que mais tenho medo, em primeiro lugar vem regressar no que uma vez já me tornei pra alguém. Penso que tudo o que ouvi é mentira; isso não é agradável, mentiras ferem. Mas tudo bem, quando acontece eu não me deixo abalar.
Você não gostaria que alguém sentisse sua falta ao te perder? Não é egoísmo pensar assim. É possível até que se olhe pra trás e se possa sorrir. Quem sente falta quer de volta, quem tem de volta fica em paz. Um dia quem sabe eu possa me abalar e querer de volta. Volte e eu seria agradecida. Por enquanto estou só dando conselhos hipotéticos. Não se preocupe, estou sorrindo enquanto escrevo isso. Tenho sorrisos de sobra, sabe?
Preciso ter paciência, preciso que aprendam que sendo como eu sou as pessoas podiam ter paciência comigo também, que possam rir de mim quando eu estiver pirando quanto a assuntos que não são meus. Mas não, não uma risada de deboche. Uma risada de compaixão. “Poxa, olha só pra ela, preocupada comigo.”
Pois é, não vou parar, nunca ache isso. Não posso dizer tudo o que quero, mas do pouco que eu digo espero que algo se aproveite. Revire os olhos e diga que de baboseira o mundo tá cheio. Mas eu não posso mudar o mundo, só posso viver na parte dele que me convêm. Baboseiras me convêm em períodos de TPM, haha.
J. A.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Dirty little freaks

As semanas se passam desde que minhas férias começaram. Os planos se adiam. Todo dia eu penso no que fazer a partir de amanhã e sempre falho. Estou com medo do ano que vem, estou dividida entre aproveitar essas férias ao máximo ou tomar coragem pra começar mais cedo o que vou fazer quando as aulas começarem. Fico pensando no fim do livro quando lembro dessa minha aflição e por mais que eu queira falar sou obrigada a deixar os senhores na curiosidade. haha.
Depois da meia noite tem ficado na minha cabeceira. Não o lia há duas semanas e me deu a maior saudade. Minha meta é decorar todas as linhas daquele livro como eu decorava as falas de "Madagascar" quando era pequenina. Madagascar eu assisti 32 vezes, DMN eu li 16 vezes. Quando empatar eu venho dizer se decorei tudinho.
Parei agora no capítulo 7. Um dos que eu mais gosto é o 8 e quero muito lê-lo outra vez. É nesse capítulo que o Ryan entra de férias, vindo de um final de semestre bem agitado pra ele. A cena que antecede todos os incríveis acontecimentos do capítulo 8 é a seguinte:
"Chelsea balançou a cabeça. – Então tome cuidado com quem quer que seja, ouviu? Essa garota deve estar pirando enquanto te espera. Você não sabe a pressão que elas sentem só em pensar que vão ficar com Ryan Borton.
– Pressão? – me abaixei até estar em seu ouvido. – Hum, só quem saberia disso é alguém que se imaginou ficando com Ryan Borton - parei e ri sem querer. Toquei o cabelo dela e a vi arregalar os olhos. - Se sobrar tempo eu vejo o que posso fazer por você, Chels..."

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Você e eu para... sempre?

A vida muda num piscar de olhos. Num dia amamos, no outro dia o que temos é ódio. De par perfeito viramos os perfeitos estranhos. O ano passa, novas coisas a fazer, novas tarefas que nos afastam das tarefas antigas. Pessoas vem e vão pela sua mente, a amizade dos que ficam às vezes muda. Se enfraquece, se fortalece e você sente que a culpa foi de tempo. Anos depois aquelas pessoas voltam a te ligar: lembraram de você. O tempo passou.
Sabe quando o dia parece pequeno, as horas parecem minutos? Quem já desejou viver pra sempre não sabe o que isso significaria. O que você faria com toda uma eternidade pela frente? Essa pode até ser uma pergunta frequente nos últimos anos, mas não uma pergunta que eu tenha feito a mim mesma. Já desejei milhares de vezes que o relógio parasse no meio de algo incrível; queria muito mais tempo pra fazer certas coisas e nunca vou tê-lo. Pensar assim me leva de volta aos meus 9 anos de idade quando eu fiz esse desejo com a maior força que eu podia. Depois disso eu cresci, deixei de desejar o impossível.
Tive que pensar muito em eternidade enquanto escrevia DMN e muitos sentimentos de compaixão surgiram em mim para com a minha própria personagem. Tendo que pensar como ela por um tempo eu fui obrigada a sentir o drama. Drama de quem tenta planejar uma história de amor que é totalmente impedida pelo tempo.
"– Ryan – May chamou; sua voz indiferente; não sei, talvez triste.[...]– Quanto tempo você acha que vai viver?
– O quê? – repeti; dessa vez surpreso com suas palavras. Era a coisa mais macabra que já a tinha ouvido perguntar. – Nossa, você é mesmo boa em acabar com o clima. E é porque já não estávamos em um muito bom.
– A gente tem que encarar essa pergunta cedo ou tarde. Não há opções aqui, você vai envelhecer. É triste, é terrível ouvir isso, e imagino que deva ser pior pra você ouvir de mim; mas é um fato que nos persegue. Quanto tempo acha que vai viver?
– O que mudaria pra você saber disso? Já pedi pra pensarmos no agora.
Ela levantou. – Eu preciso fazer planos, Ryan! Pra nós dois o acaso não é opção, você não entendeu? Se a cada dia nós vivermos no agora, eu tenho medo de que chegue o dia em que o agora acabe sem que eu tenha feito nada do que queria pra nós.
– Então faça isso agora.
– Não é simples assim, você sabe!
– O mundo vai acabar, May; faça seus planos como se isso for acontecer amanhã, então.
– E então a gente vai se ver de novo? Depois de amanhã, eu quero dizer, depois do mundo acabar. Vai ser rápido assim ou eu vou ter que esperar muito?"

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Mundo atual

Às vezes a melancolia bate à porta, mas os dias passam, a vida anda, novos sentimentos vêm e vão. Quero crescer, quero saber como é ter mais responsabilidades, quero usar salto alto no trabalho, ser respeitada. A imortalidade não é uma bênção. Solidão, monotonia, desespero. Pobre May.
A época de vestibular tá acontecendo no Brasil todo. Tenho que dizer que é difícil. Passar um ano inteiro se preparando para três ou quatro dias, algumas poucas questões que inúmeras pessoas estão fazendo ao seu redor. Não to colocando pressão em ninguém, to tentando dizer que a vida é mais ou menos assim, o tempo inteiro. Ralar é preciso.
Li o livro do Machado de Assis que tá como obra do vestibular da minha cidade esse ano. Livro bom, apesar de milhares de caras feias que aparecem quando o nome da obra é revelada. Cada livro há algo a se admirar e eu tenho sim meus elogios quanto a esse. Admiro, acima de tudo, o modo como, de uma vez só, desprezando sutilezas, o autor decidiu desvendar as enganações de toda uma escola literária. Ele mostra os pecados dentro da cabeça dos homens, mostra o lado ruim que ninguém antes queria mostrar. Sou fã da coragem que Machado demonstra nesse livro.
O meu livro, seguindo esses meus princípios, é diferente dos contos místicos que a sociedade de hoje está acostumada a ler. Tentei provar o quanto eu estava cansada de que subestimassem a capacidade humana de entender e fazer parte da realidade. Cansei.
Uma das coisas que fiz antes de começar a escrever foi conversar com gente da idade e da classe social das minhas personagens. Pessoas comuns que tentam se achar no mundo, que tentam ter amigos, tentam ler algo legal de vez em quando... Sei bem que nem sempre a realidade tem que ser tão real, e tentei criar DMN em cima disso. Algo mais surreal do que a história da May?
Ah, qual é, você não conhece a May? Eu sei algumas poucas páginas onde ela está...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Letter to you

Bom, não sei como começar. Se é trapaça usar o blog pra assuntos pessoais? Claro que sim, mas eu uma vez gostaria que meus assuntos pessoais não fossem sobre mim. Tenho pensado em fazer isso há algum tempo, talvez desde que nós nos conhecemos, mas as coisas mudaram demais de lá pra cá. Se eu tivesse escolhido escrever meses atrás essa seria uma carta de uma garota boba contando que o que ela sentia talvez fosse paixão.
Agora eu quero escrever só porque somos bons amigos e, a maior parte de mim, pelo menos, gosta de que seja desse jeito. Estaria mentindo se dissesse que não penso como seria se você chegasse a se declarar pra mim, eu queria saber se eu conseguiria ressuscitar aqueles velhos sentimentos e poder retribuir. Mas às vezes eu agradeço por você estar longe, por eu não poder vê-lo todos os dias. Você devia saber - e talvez até saiba - que a gente é mesmo parecido, que daríamos certo junto, que talvez encontrássemos no outro o que sentimos falta na sociedade.
Pausa. Você entrou pra falar comigo sobre um enigma que eu te deixei pra resolver. Se tivesse uma memória melhor talvez se lembrasse.
Sempre quis saber qual a sua reação se eu te dissesse que cheguei ao diagnóstico perfeito pra você. Me desculpe, você é bipolar. É bipolar por ser o perfeito cavalheiro em um dia e no dia seguinte me fazer sentir falta desse lado seu. Bipolar por trocar todas as coisas por mim e depois esquecer da minha existência, deixar que uma série de TV se torne mais interessante que eu. É bipolar por um dia ser o melhor amigo que tenho pra conversar e dias sem que a gente se fale me fazerem desaprender a conversar com você. É bipolar por estar apaixonado por mim e não conseguir dizer mesmo sabendo que eu já percebi. Então você só finge. Como faz desde o início. Como faz com todas as coisas que você acha difícil.
Eu não sou o tipo de garota que tenta lê as entrelinhas só pra construir um caso de amor utópico. Eu sou o tipo de garota que ignora qualquer coisa que eu possa ver nas entrelinhas exatamente pra não criar uma utopia a mais na minha mente. Mas do mesmo jeito que as suas entrelinhas são raras, as minhas crises de ignorância são maiores.
Queria poder te dizer que eu, sinceramente, te odeio. Odeio a maior parte das suas manias, dos seus vícios, das suas palavras; mas eu sei o preço de uma amizade e não quero te deixar, mesmo que você não me queira por perto. Vai precisar um dia, eu sei do que estou falando. Pode parecer idiotice, porém eu não te contei que guardo uma coleção inestimável e única. Coleciono pedidos sinceros de perdão, coleciono lembranças. Sou o tipo de pessoa que ganha o dia quando alguém do meu passado vem pra me contar que se lembrou de mim.
Não guardo mágoas, mas memórias doem, e delas eu sou cheia. Isso às vezes é uma benção, às vezes uma maldição. A sua memória é terrível, e tanto quanto eu agradeço por poder cometer um deslize sem ter medo de que você se lembre, eu agradeceria se não tivéssemos que nos conhecer de novo todos os dias. Me sinto como a personagem do meu livro, implorando pra se tornar uma memória quando a noite cair. A sensação que eu tenho é que você nem sequer sabe quem eu sou, não fez nada para juntar todas as histórias de mim que tenho te contado. Você também esquece o quanto eu te conheço, e eu conheço o bastante pra prever alguns dos seus passos, eu te conheço bastante pra enxergar quando uma de suas palavras soa diferente. Mesmo que eu não possa ouví-las.
E o mais triste disso tudo, para que fique registrado aqui, é que eu te escrevo esse bando de baboseiras porque você nunca vai chegar a ler. Se ler não perceberá que falo da sua pessoa, se ler vai esquecer enquanto dorme. Mesmo com tudo isso conversar com você é bom, sabe? Bom porque me tira do mundo. Você acha tantos problemas no cotidiano que eu percebo que esses tais mesmos problemas não são problemas pra mim. Admita que você não é prático. Se deu esse título porque adimira quem o é. Se deu o título pra poder justificar muitas de suas ações descrentes por causa disso.
Seja o amigo que eu espero que seja. Escolha um dos seus lados e me espere aprender a lidar com ele. Estou tentando dar o melhor de minha amizade pra quem você é agora. Faça o mesmo por mim.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pecado capital

Passei o fim de semana na praia. A praia é aquele lugar feito para os corajosos, ou para os sortudos, ou para os paranóicos. Estar na praia é quase um mandato para exibir seu corpo, suas curvas e pneuzinhos, seu rosto oleoso de protetor solar e sem maquiagem nenhuma. Quem está na praia sabe que será julgado e comparado a outros, sabe que terá seus piores defeitos na boca de alguém, e sabe, como um péssimo defeito da alma humana, que julgará outros muitos.
A vaidade rege o ser humano. Quem se deixa escravizar por ela, se deixa ser cruel em criticar quem não conseguiu, porque esses, com certeza, queriam também ser escravos. Quem não conseguiu vive por dar desculpas. Na piscina hoje de manhã tinha uma mulher dizendo que era gorda, mas ainda era saudável. A ouvi comentar que sua taxa de colesterol estava um ponto abaixo do limite de 200. "Sou uma gordinha saudável", repetia. Por estar se justificando já dava pra dizer que não era.
Mas a vaidade é um daqueles sentimentos feitos apenas pra nos deixar loucos. As mulheres se arrumam pra deixar as outras mulheres com inveja, os homens gostam das mulheres arrumadas pra mostrar aos amigos o peixe que caiu na rede deles.
Se a humanidade é assim tão vaidosa é claro que o livro vai trazer um pedaço da vaidade pra dentro dele. Me atrevo a dizer que é um sentimento parasita que gosta mais ainda da cabeça dos jovens. Ryan é vaidoso quanto a si, quanto as pessoas com quem anda, quanto as meninas que namora. E quando a vida lhe resolve lhe ensinar uma lição, ele de repente se sente fraco diante dela, sente como se o mundo fosse começar a lhe julgar pelo que nunca tinha julgado antes. Talvez nem seja verdade, mas é um ponto em que o tal parasita já tem tomado conta de sua mente. Tanto que o faz sentir vergonha de seus próprios pensamentos quando sua única salvação é dividi-los com a May.
Do que a vaidade te faria sentir vergonha se você fosse obrigado a dividir seus pensamentos com a pessoa que você mais ama? Eu sentiria vergonha de ser vaidosa.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dias do medievo

De novo, pessoas do meu mundo vil, venho aqui lhes abrir o olho pra a verdade. Ha, que nada, só queria iniciar com uma frase de efeito. Sabem que ultimamente venho tendo desejos de escrever um conto medieval, uma história intrigante que veio direto dos meus sonhos. Quando fecho os olhos a trama está lá, esperando pra que seja escrita.
Assim também veio a ideia de DMN. Na época escrevia a história mais tensa da história das histórias e parei por achar a tal ideia muito boa. Eu estava procurando uma blusa minha na lavanderia quando a história me invadiu. A cena na minha mente era a do primeiro sonho esquisito que o Ryan tem: é uma estrada onde ele está sozinho e vê a May pela janela do carro. No início a May foi planejada pra ser um fantasma como esses que nós conhecemos, mas quando a história toma seu próprio rumo não adianta negar. Sempre disse que cada personagem meu tem vida própria dentro da minha cabeça - até acho que eles me dominam de vez em quando - e aqueles que me conhecem sabem o quanto isso é verdade.
Então aqui vai o sonho do Ray que está no 4 capítulo do livro depois das modificações que a história me obrigou a fazer:
"Eu estava em um carro grande com as janelas fechadas; totalmente familiar pra mim, mesmo que não fosse nem sequer parecido com qualquer carro que minha família já teve. O silêncio reinava ao redor, só um chaveiro de dadinhos pendurados no retrovisor chacoalhando o interrompia, e eu estava sozinho, era o único dirigindo até onde meus olhos podiam alcançar.
A estrada à minha frente era comprida, o pôr-do-sol a iluminava apaticamente, como se simplesmente não ligasse para a cena, não ligasse em brilhar. Dirigi pacientemente pelo que pareceu uma eternidade, às vezes batucando no volante uma música que logo esquecia e voltava a me concentrar, curioso pra saber aonde ia. De repente, percebi: era um sonho e eu devia ir para algum lugar! Devia existir algo no meu subconsciente que me trouxe aqui. Então olhei pela janela à minha esquerda, e me espantei com a cena. Uma garota de pé, olhando para a cena de um acidente: alguém invisível que eles cuidavam na maca. Tinha algo de familiar naquela menina, algo que eu não tinha capacidade de lembrar o que era; como uma memória embaçada, como se algo em minha mente não queria que eu pensasse em nenhuma comparação. Mas antes que eu pudesse me esforçar mais, a garota ergueu a mão e nem o acidente nem o carro que eu dirigia existiam mais. Agora éramos nós dois na estrada vazia, nos olhando bem dentro dos olhos um do outro, sem que os dela me dissessem nada. Era como tentar ler uma folha em branco.
Achei então que uma brecha tinha se aberto, achei por um momento que podia comemorar minha conquista com uma risada; tudo porque eu pude ver expressões vindo à seu rosto. Era uma mistura de emoções emocionante de assistir, até que, de uma só vez, tudo parou, um sorriso sombrio se formara em seus lábios. Sua mão se ergueu novamente, dessa vez para mim, e eu cai no chão, tomado com a maior dor que já havia sentido, mesmo em sonho. Minha mente se contorcia, algo me sufocava, e não aguentei continuar com o que quer que estivesse me mantendo ali. A última coisa que eu vi foram seus olhos que se divertiam com minha dor.
Então..."

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

kill or be killed

Bom, não sei se já mencionei esse fato mas recentemente escolhi mudar o fim da história. Quem me conhece sabe que eu sou uma romântica anti-romântica (sim, isso é possível) e que eu precisava manter o padrão que escolhi manter desde o início do livro. O final que escolhi agora (tendo ajuda, é claro), é um que deixou até a mim de queixo caído. Tantos meses que edito a mesma história, tanto tempo convivendo com um mesmo final me deixou arrasada em mudá-lo. Mas era preciso.
Crescer exige de nós um pouco de sacrifício e desapegar das velhas coisas é o que nos deixa abertos pra as novas. O livro ganhou todo um novo mistério, muitas coisas foram reviradas, explicações ficaram mais aparentes e ao mesmo tempo misteriosas. Mudar o fim me rendeu mudar o início também, só um paragrafo que fazia toda a diferença. Para aqueles que ficaram curiosos só o que eu posso fazer é colocar aqui o prólogo curtinho de DMN. Divirtam-se.

"Talvez, se eu tivesse pelo menos um fio de consciência naquele momento, eu pudesse perceber que aquela noite era particularmente especial.
Talvez tivesse ouvido a enfermeira gritar um “feliz ano novo” no fim da sala enquanto minha mãe soltava um gemido de alívio misturado com uma alegria terna em saber que tudo tinha acabado, aquela parte pelo menos. O médico talvez tenha se espantado com a hora que o relógio marcava, talvez tenha pensado: “exatamente meia noite”.
Lá fora as pessoas faziam barulho, suponho; na praia, fogos de artifício iluminavam o litoral, e logo do lado de fora dessa sala, meu pai resmungava por notícias. Então, no outro dia eu ia pra casa com aqueles dois novos estranhos, mas ao mesmo tempo, velhos conhecidos, enquanto tinha adormecido sem pensar no que me esperava pela frente.
Eu queria poder me lembrar do que senti quando o primeiro segundo me atingiu, tentando fingir que ele não importava, tentando me esconder o que ele queria de mim. Mas o tempo pra mim sempre foi um mistério, e aquele primeiro segundo me ajudaria a descobrir mais tarde que eu não sabia do mistério a metade.
Então o que tinha dado errado? O que saiu do controle? Foi só um equívoco sem importância? O relógio mentiu? Aquilo que era esperado de acontecer não estava acontecendo e nada poderia explicar o que fugira dos nossos planos. Porque a minha parte eu sabia que estava cumprindo corretamente. Naquele momento, apesar de tudo, eu estava sim pensando nela."

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Passado

Uma das personagens mais bobas desse livro é a tal da ex-namorada do Ryan. Tadinha, querer alguém que não te dá a mínima é um tanto chato. O problema é que ela o quer APESAR de não ser querida. Obsessão? Talvez.
Uma coisa certa é que, querendo ou não, existe uma parte do nosso passado que nos persegue. Um telefonema dois anos depois de um fim que você jurava ser definitivo, aquele pedido de amizade no facebook de quem você acha que no mínimo foi desintegrado por aliens, um pedido de desculpa sobre algo que nem pra você ainda tem importância. Não sei se é maluquice, mas eu gosto de me manter informada sobre meu passado, talvez pra não ser surpreendida por ele, talvez porque seguir em frente é mais complicado. Começar do zero me assusta.
O maluco disso tudo é que quando a gente se mantém próximo do passado, parece que tudo é presente, parece que amadurecer fica mais rápido e, sem me atrever a dizer que fica mais fácil, digo que se torna mais fácil de pegar o jeito. Mas eu não vivi tanto assim.
Passado, presente, quem se importa? E não vamos dizer que temos que olhar pra o futuro porque a maioria de nós tem medo dele. Você não? Se muito queremos chegar logo no fim de semana, queremos ver logo o novo episódio daquela série muito boa que só passa uma vez por semana. Viver é um desafio, sentir é um desafio, chorar é outro. Quando percebemos que estamos no presente, esse presente já passou e virou passado. Então pra que prestar atenção?
Durma e veja se sentirá fome ao acordar, não espere que aquele garoto te note na multidão, se aproxime e pisque pra ele!
May vive pra sempre, nós não, então vamos viver.
Filosofei. Obrigada.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Amém!

Eu finalmente espero que essa seja a última capa que esse livro possa ter. A votação está encerrada e numa vitória linda a capa número 1 estará no livro a partir de agora! Como eu mesma não me canso de olhar pra ela, aqui vai uma aparição da vencedora:

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Here we go again

Você acha que seria justo morrer quando seu maior desejo não se cumpriu? Você desejaria voltar para cumpri-lo? Bom, a May voltou, mas ela sabe que o que ela mais quer é também o que ela mais teme: o amor.

Não, esse não é um livro extremamente piegas repleto de paixões impossíveis e lágrimas derramadas, é um livro onde uma garota morta tenta amar alguém no mundo real, onde as pessoas mentem, onde a dúvida existe, onde os adolescentes vivem suas vidas incosequentes e se preocupam com a opinião dos outros quando eles os julgam o tempo inteiro. Claro que tem suas pitadas de amor, mas as mesmas pessoas que se amam se xingam bastante. May pode não ser mais um ser vivente, mas ela tem cérebro de um ser humano, logo, pensa como um.
Talvez eu o tenha escrito por estar cansada de tudo o que eu leio seja impregnado de um amor mega power ultra lindo quando a realidade é que ele é, na maioria das vezes, confuso e angustiante.
Os personagens desse livro vivem então em uma dessas histórias reais misturada com um pouco de fantasia. Os veremos se encher de conflitos interiores sobre o que está acontecendo com eles quando aquele sentimento esquisito, que faz nascer borboletas na barriga, quer agora controlar seus atos quando nunca tinha exigido tanto antes. O que você estaria disposto a mudar em si mesmo por aquela que você acredita ser a pessoa certa? Mas e se a pessoa certa parecer errada demais? Às vezes é, fato.
A história é pra aqueles românticos que conseguem enxergar a paixão nos pequenos detalhes, a história é pra você que cansou do perfeito e quer só o que realmente acontece quando é nossa vez de tentar. A história é pra você que está disposto a cair nesse mistério sem ter medo do fim que está escrito nas páginas desse livro.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

As aparências enganam


Sabe, na primeira versão escrita de DMN, eu me lembro muito bem dessa frase do título aparecendo no início do capítulo 4, quando os dois estavam bem sentados numa mesa de restaurante. Tirei porque a cena do restaurante me atrasava um monte e, sinceramente, não tinha nada a ver com o que eu queria trazer em seguida. Mas apesar dos defeitos, era uma parte legal de ler; a May tava fazendo o Ryan de idiota com seus foras bem dados e ela retruca exatamente com o título do post quando ele diz pensar que ela fosse mais boazinha.
Acho que esse desenho é mais ou menos a parte má da May. Talvez não má, exatamente, mas a parte que vai contra sua meiguice, sua parte sexy. Poucos acreditaram que essa era a May quando eu surgi com o desenho, mas, querendo ou não, é assim que ela é algumas vezes. E é assim que ela é capaz de enlouquecer os sentidos de Ryan; não bastando ser só bonita ela tem que ser provocativa também. Dale May.
Metade do estereótipo que ela ganha na nossa imaginação ao ler o livro vem da insegurança dela em relação à sua morte, sabemos que ela constantemente se deixa abater pelo que é, e por isso aquela garotinha frágil que o pobre Ray quer proteger aparece. Mas ele acaba percebendo que não tão boazinha assim. Acho que isso é um aviso aos homens: mulheres aparentemente indefesas podem ser pequenas feras por dentro. Pois é, acho que fico por aqui, rindo sozinha da malícia incosciente da espécie feminina.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

I really wanna kiss ya


Bom, bom, meus caros amigos. O desenho dispensa muitos comentários e eu só vou dizer o quanto foi difícil fazê-lo. Eu geralmente observo meus amigos ou fotos de revista pra tomar inspiração, mas não dava pra pedir pra meus amigos se beijarem só pra que eu pudesse desenhar. Acreditem ou não, eu peguei uns bonecos velhos pra ver que posição ficavam os narizes, que é sem dúvida o mais difícil de fazer. O resto foi mais pela minha cabeça.
Beijo é bom e "mais que mil é mais que bom" (nossa o.O), mas a sensação inebriante só pode ser sentida por você e por seu ou sua coleguinha, não é? Os apaixonados geralmente costumam deixar de lado as sensações mais "normaizinhas" como por exemplo passar um tempo com os amigos... Acho que o Tyler notou de cara esse distanciamento de Ryan para com ele, mas a cobrança que ele teve com o Ray acabou piorando as coisas, porque seu motivo principal não era a saudade que sentia pelo amigo, mas a preocupação de que ele tivesse se tornado extra-sensível.
É, a gente sabe que certos homens realmente ficam pra lá de bobinhos quando estão apaixonados. E me deixando ser um pouco feminista, são esses os melhores. O cuidado é apenas pra que a coisa toda não entre numa rotina, porque o mal do ser humano é se entediar facilmente. "Oh, amor da minha vida, nunca enjoarei de ti", é, pode ser, mas somente se os dois pombinhos acharem um bom ritmo, aprenderem a conviver em sociedade enquanto estão se amando. Ryan e May acharam um ritmo entre as brigas e os amassos, mas sinceramente ainda precisam crescer bem mais.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Entre o amor e o ódio

Essa música esteve me acompanhando desde muito cedo, e talvez uma ou duas vezes eu a escutava enquanto fazia um desenho ou uma cena bonitinha. A cantei no aniversário da Del Pizza, que posta no blog de STC, a cantei na primeira vez que minha amigas viram meu violão Joe, a cantei cedo esse ano na escola.

Acho que no início do livro o Ryan está mais ou menos como a letra diz, ele faz tanto pela May, está tão vidrado nela que se sente realmente despedaçar quando não consegue nada em troca de seus esforços. Ele sempre teve coisa demais pra achar que não conseguiria a que mais sonhava, mas não conseguir só fez com que ele aprendesse um monte sobre si mesmo que nem sabia.

Já se apaixonou por alguém que não te deu a mínima, mas que conseguiu te render um monte de lições? Como eu sempre digo, as histórias de amor mais bonitas são aquelas que nunca aconteceram, porque na mente se pode criar o mais puro e devotado dos amores, a mais brilhante e mais mágico de todas as aventuras românticas. Piegas, eu sei, e mesmo que você venha me lembrar que não sou fã de pieguisses maiores, não nego que uma aqui e ali não faz mal a ninguém.

Gosto de achar a beleza nos sentimentos reais que as pessoas têm a oferecer, gosto de saber o que os outros estão dispostos a sentir por alguém. Não acho que brigas nunca devam existir, não acho que tudo vai estar sempre bem entre duas pessoas que se amam; elas ainda são duas pessoas diferentes, que tiveram ensinamentos diferentes e sempre vão achar algo em que discordar, mas aí é que está a beleza da coisa. O incrível está em passar por milhares de brigas e não ser capaz de viver sem o outro mesmo assim. Nesse livro vocês aprenderão a enxergar a beleza simples que há nesse fato e vão se sentir ainda mais livres pra viver com suas próprias ideias sem ter medo de mostrá-las e é por isso que tento reunir leitores para apreciá-la.

Ah, e podem babar pelo John alí no vídeo.

sábado, 18 de setembro de 2010

Como nossos pais


Achei totalmente injusto só o blog de STC ganhar desenho nas atualizações essa semana, por isso lhes trouxe mais um pra darem uma olhada. Esse aqui foi feito ano passado, lá pra o início dele, quando eu já terminava de escrever DMN e queria me divertir um pouco mais com a história.
May provavelmente tá usando um de seus saltos altos pra conseguir passar dos ombros de Ryan; ele diz na história que ela era um tantão mais baixinha. Como eu tenho um crush por homens mais altos eu fiz isso acontecer de propósito.
Pelo olhar de Ryan vocês acham que essa cena poderia ter acontecido antes ou depois do acidente?
Bom, eu pensei nisso agora enquanto olhava pra o desenho tentando achar o que escrever. A cena que acontece logo depois do acidente é uma de minhas favoritas, demorei um monte pra aperfeiçoá-la e acho que no fim de tudo ela ficou um monte realista. Mostra pra a gente mais ou menos o conflito interior que ele o o pai tem com relação um ao outro. São homens crescidos e cada um pensa de um jeito super diferente em relação à vida, por isso se evitam tanto. Assunto pais sempre será uma coisa muito tensa, mesmo pra quem tem uns bonzinhos como os meus *-* porque são eles que temos como exemplo, eles pra quem temos que dar o melhor de nós.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

...but its falling apart

Essa semana eu me vi dividida entre minhas duas principais personagens: a May Beker, que vocês já conhecem do livro "Depois da meia noite" e a Annie Jackson que eu espero que vocês conheçam, essa protagonizando "Sobre todas as coisas", que tem um blog também, logo aí ao lado >>. As duas são incrivelmente diferentes e todo mundo já sabia que elas são reflexos de mim, o que indica que eu também sou completamente diferente de mim mesma. Isso aí, tentem acompanhar.
Queria poder ser forte que nem a May, queria poder resistir ao capítulo 12 de DMN do mesmo jeito que eu a fiz resistir. Mas, sabe, já passei por situações parecidas e soube aguentar perfeitamente, contudo não agora. Agora eu me deixei levar por meu lado Annie de ser e pensei que se não colocasse os sentimentos de outra pessoa na frente dos meus eu perderia essa pessoa de vez. Pra quem acha isso um ato digno, eu digo que é puro egoísmo. Annie sabe, May também sabia, mas a May pelo menos tentou parar as coisas antes que mais alguém além dela pudesse sair realmente machucado. Bom, ela tentou. Magoar alguém por não ser capaz de retribuir algo não faz de você uma pessoa fria e sem coração, faz de você um ser consciente de seus próprios sentimentos, consciente de um futuro em que você terá que viver com as decisões que tomou. E eu digo isso como consolo a mim mesma; percebi essa verdade e fiquei feliz em poder achar conforto nela.
O mundo está cheio de gente vai ser tocado pelos seus sentimentos, aquela boa sensação de imaginá-lo(a) pensando de volta em você, aquela boa sensação de sentir seu perfume quando você entra no ônibus lá pra o fim da tarde quando o sol esfria. Você vai querer um abraço, vai querer abraçar alguém, vai sorrir sozinha(o), vai chorar. Mas não se pode agradar a todos, nem ser agradado por todos, nem se pode carregar o peso de milhares de corações partidos. Cada um é um e você é você mesmo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Sexo frágil


Pra quem não sabe eu fiz um monte de pesquisa antes e durante a escrita de DMN, e o assunto das pesquisas foram os mais diversos. Modelos de carro, clima da Califórnia, localização de hospitais, nomes de pessoas, renda de empresários (sim, por incrível que pareça), cultura... Mas um dos assuntos, um deles foi o que me exigiu mais pesquisa. Acertou quem disse "mente masculina". Oh yeah, baby, foram meses de observação, perguntas indiscretas, infiltração em grupos de meninos, e o resultado foi o Ryan.
Me perguntam o tempo todo como é escrever com a voz de um garoto, e se eu responder que não foi tão difícil por favor acredite em mim. Não porque eles são fáceis de sacar, mas porque, pra mim, falar do próprio sexo, inseguranças do próprio sexo, é milhares de vezes mais complicado. Foi esse o caso de "Sobre todas as coisas" e se você parar pra reparar eu vou muito mais fundo na mente do Ryan do que na da Annie, tenho milhares de parágrafos descrevendo o modo como ele se sente enquanto a Annie é melhor em descrever o que se passa ao seu redor.
Eu mesma me surpreendi com o tanto que consegui deixar o Ryan um "macho" decente, mas pra chegar nele foram necessários muitos meses diminuindo os fru-frus de seus pensamentos. Bom, a gente nunca pode parar de pesquisar sobre um assunto tão polêmico quanto os garotos, por isso cada vez eu ia notando uma falha na personalidade de Ryan que deixava perceber que parte dele era apenas eu. E isso é ruim quando seu personagem é do sexo oposto ao seu. Haha.
Mas nunca pensem que tanta pesquisa me tornou uma expert no sexo masculino, não dá pra esquecer que cada homem é diferente e que Ryan é só a junção de caracteristicas de vários deles. Falo isso porque quando penso que sei com o que estou metendo, percebo que nada do que eu sei é suficiente, nunca será, e cada dia a gente vai juntando um tanto de informação ao nosso cérebro eternamente curioso. Mesmo assim vou me adequando às situações, estou ficando mais calculista quando se trata de interpretar o pensamento de um garoto. Homens do mundo, cuidado: eu um dia saberei o que vocês estão pensando!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Deixados para trás

O título do post é o nome de um filme que tava assistindo pela décima nona vez ainda agora, aí achei que combinava perfeitamente com o que tenho a falar. Todos nós temos lembranças ruins, todos nós já choramos por algo, mas lá no fundo, mesmo que tenha sido tudo tão doloroso, a gente sabe que saiu mais forte. A final as coisas que nos acontecem sempre acontecem pra nos fazer aprender algo, nos testar de alguma forma.
A May já não pode mais chorar e essa é uma das coisas que mais lhe perturba sobre ela mesma. Eu choro o tempo todo, mas já chorei muito mais, já chorei intensamente, já senti como é ter o coração se partindo; e não, não foi por um alguém apenas, mas por vários alguéns. Se cada uma dessas pessoas valia por milhares, senti como ser abandonada por um batalhão de uma só vez. Pode parecer exagero, talvez seja, sou dramática; mas se vos falo é porque apenas repasso o que senti.
Hoje percebi que não sou mais a mesma. Sei de outra pessoa que vou sentir muita falta. Chorei menos do que queria. Não sei porque, senti que se me deixasse chorar desmoronaria. Se fosse assim sempre, May deveria me agradecer por eu ter lhe tirado a capacidade de chorar, mas nem sempre sofrer é assim tão ruim. Todos, todos nós sabemos disso.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Acabou a votação!

Bom, bom, estou aqui para agradecer a quem participou da votação da capa de DMN e quero informar oficialmente que o resultado do sorteio foi que a capa COLORIDA deveria aparecer no livro. Já obedici à órdem dos meus queridos seguidores e mudei a capa. Quem quiser conferir é só clicar na imagem do livrinho aí do lado. Pois é, ele ainda aparece desenhado aí, mas é só em consideração a quem votou pra que ela fosse desenhada. E por mim também, passei muito tempo fazendo aquele desenho!
Enfim, justiça seja feita e vamos comprar o livro com a nova capa!
Beijinhos a todos^^

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ao leitor

Os dias têm sido turbulentos - não imaginam quanto -, carrego um sorriso no rosto de uma dificuldade tamanha, mas que fique claro que não desisto. Não desisto porque nada me faz melhor do que entrar aqui e achar um bom comentário, de fazer um novo amigo, de saber que tenho ideias a compartilhar. Um dia depois do outro e a gente chega longe, mas ainda preciso planejar a viagem, preciso de amigos que me sustentem ao longo do caminho, de casas pra visitar na beira da estrada, preciso de você.
É, exatamente você, que não sabe o que peso que tem sobre minhas ações, mas devia perceber que já não faço mas nada sem pensar em você. Pra mim, o amigo mais legal é aquele que a gente ainda não conhece, porque são esses que vão optar por serem fieis a mim sem que eu saiba, sem que tenham medo de me magoar se não o fizessem.
Mas algo bom a gente compartilha, então se vocês gostaram de minhas aventuras o suficiente, não esqueçam de compartilhar, porque a união faz a força e o público fax o show. Quero fazer um show inesquecível pra vocês, mas eu quero fazer um show do qual exista muita gente pra se alegrar junto.
Quero dizer obrigada.

sábado, 28 de agosto de 2010

Novidade!

Gente, gente, acabei de disponibilizar pra vocês o primeiro capítulo do livro, logo alí, aí em cima nas minhas páginas! Leiam e comentem!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Casos

To quebrada. Literalmente. Isso de não ser boa em esporte nenhum me levou pra a educação física, mais conhecida como "humilhação social". Fico um amor - ironia - naquele shortinho vermelho que tem uma cintura muito alta e pernas muito compridas, aí já viu. Milhares de séculos sem fazer aula de humilhação e essa quarta a professora resolveu que todas nós, muito boas no esporte - ironia - deveríamos ter as pernas grossas dela. Tenho um tio personal, louco por rappel, corrida de aventura e essas coisas loucas, que como sempre me leva junto me fez pensar que eu aguentava o tranco. Que nada! Acreditem quando eu digo que NÃO POSSO ANDAR. Sério, fiz a maior cena na escola hoje pra subir as escadas; ainda descobri que descer é pior.
Pra vencer o estereótipo eu fiz o Ryan ser um fujão de esportes. Apesar de que ele seja muito bom neles, o que reina no Ryan é a preguiça. Preguiça que a gente tem o tempo todo pra essas coisas; mas parece que ultimamente o assunto "saúde" tem pulado na minha cara: trabalhos, redações, aulas...
Mas o que a gente sempre quer é ter aquele visual perfeito sem se esforçar nadinha pra isso, certo? E ainda mais, queremos que nossa alma gêmea seja assim também. Ryan por exemplo é o tipo do cara que se existisse já era meu, só não sei se eu seria tão efetiva em mudá-lo. Teríamos talvez o gênio muito forte e brigaríamos um monte. Você tem alguém assim? Aquele alguém com quem rola a maior química mas num rolaria jamais?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Quem veio primeiro: a borboleta ou o violão?


Bom, bom, pessoal, essa é a nossa amiguinha May. Não sei bem se ela tá exatamente igual aos outros desenhos que fiz dela, é que essa deve ser a terceira ou quarta versão do mesmo desenho; perfeição a gente consegue na tentativa. Prometi uma explicação sobre essa bagunça organizadinha que é a capa do meu livro, então lá vai.
Primeiro, óbvio, vem a May, que tá fazendo cara de mistério exatamente porque ela É um mistério. Queria que quem olhasse pra ela levasse minutos inteiros pra ler sua expressão; se ela tá assustada, com medo, indiferente, enfim, por isso nem seu rosto inteiro saiu no desenho, e ele nem sequer está centralizado - pensei em tudo, haha. Aí junto com a May vem o relógio. Ah, o relógio. Ele na verdade foi o ponto inicial da minha ideia; pensei em tudo isso quando estava segurando, de frente ao espelho, um pingente em forma de relógio que ganhei da minha avó aos 13 anos; é um pingente do tamanho da unha do dedão do pé - voei - e se parece mais com um despertador de cabeceira daqueles antigos, todo dourado, e que marca sempre 10:10 (isso de hora igual é meio irônico). O relógio é alto explicativo no desenho, né, todo mundo já reparou no nome do livro.
O que me perguntam um monte é sobre esse carro e a resposta é simples: leia o capítulo 12 pra saber a importância do AMG do Ryan na história (resposta do mal). A borboleta é na verdade engraçada: ela é originalmente um adesivo do meu violão, o Joe, que ficou tão bonitinho que me deu vontade de adicionar no desenho. Momento de devaneio à parte, tive que adicionar uma pequena menção a uma borboleta no livro. Quanto a renda de florezinhas acima da cabeça da May, tá aí só pra representar a feminilidade dela, pra contrastar com a própria expressão de seu rosto.
Talvez Ryan gostasse de um lugar na capa, ele é lindo e sabe disso, e adoraria aparecer. Mas aposto que se ele existisse não ia reclamar desse desenho, afinal deu o maior trabalho e eu mereço um reconhecimento da parte dele, né?

sábado, 14 de agosto de 2010

Sexta 13 por Sábado 14

Hoje foi pra mim um daqueles dias onde tudo dá errado (mentira, só drama de minha parte). O computador tava se voltando contra mim quando eu tinha um trabalho gigantesco pra fazer - e por gigantesco eu quero dizer 17 páginas de assunto que nem o professor vai ler -, minha mãe tá de TPM e meu cabelo tá pior que nunca. Sério, tá ruim.


Então me lembrei da May; se eu fosse ela nem frequentaria a escola, pra início de conversa, mas aí ela nem teria um lugar pra exibir o cabelo que por sinal, além de ser um personagem ativo no livro, ainda tá me dando o maior trabalho nessa minha ideia de colorir a capa pelo photoshop. Não falei disso? Pois é, estou numa guerra interna de decidir se deve ficar colorido ou preto e branco, e as opiniões que recebo ainda somam um empate.


Mas provavelmente terei bastante tempo pra decidir, já que já fazem uns cinco dias que eu to editando aquele desenho e não saio do canto. Quem mandou ser tão perfeccionista? Não, a palavra certa é perdida; perdida com essas coisas tecnológicas que eu não saco. Enquanto isso voltei a ler DMN desde o início, já ando pelo capítulo três e quero logo chegar numa parte do fim que eu desconfio não estar exatamente como eu quero. O quê? Ir logo pra o fim? Não, não, tenho que ler tudinho, a final de contas eu nem conheço a história, .

Está aí mais um de meus desenhos, que na foto nem dá pra ver direito. Esse, por incrível que pareça, essa a primeira tentativa de capa pra DMN, e ainda passou muito tempo servindo pra esse propósito; mas desenhei ele um pouco antes de Crepúsculo ser lançado aqui onde eu moro e ia parecer um plágio se eu o usasse. Amo mãos, amo dedos compridos, amo mão grande e magrela, mas admito que ia ser um tanto sem graça se esse desenho fosse como capa pra o livro. Estou feliz com a capa nova, e ainda preciso explicar direitinho todos os elementos dela, então aguardem.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Não se apaixone demais


Aí está, assim como prometido. Eu gostaria de lhes apresentar Ryan Borton; ele narra a maior parte do livro e é um personagem incrivelmente intrigante. Intrigante porque ele é um paradoxo, está o tempo todo em conflito consigo mesmo e com o mundo que o cerca. Ah, sim, ele é um conquistador de marca maior e já se acha tão poluído por seus pensamentos fúteis e mesquinhos que quando se vê obrigado a mudar, a coisa pega, é quando ele sente que nada que ele faz pode lhe fazer menos vazio, mas, como mudar depois de tanto?
Esse desenho, na minha opinião pessoal de entendedora da mente do Ray, define um monte sua personalidade: o olhar conquistador, o sorrisinho confiante; e se você parar pra observar direitinho, talvez ainda dê pra ver a meiguice que ele esconde, o romantismo que ele luta em tentar demonstrar. Sensível ao mesmo tempo que é um grosso, paciente ao mesmo tempo que odeia complicações; uma boa alma, no fim de tudo, e só quem precisa descobrir isso é ele mesmo.
Meu aviso é que se preste atenção nas filosofias dele, porque Ryan ajudou a descobrir a mim. O maior defeito dele? Ter medo de si mesmo.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fora da mente


Não sei se vocês sabem, mas no livro existem dois desenhos de minha autoria, a capa e esse aí. Esse aparece antes do capítulo 21, onde começa a narrativa por parte da May, que dura pelos últimos dois capítulos! É um desenho antigo e eu achei tão fofo que fiz 3 cópias dele. Pra quê? Por precaução, claro. Era uma época que eu ainda estava conhecendo o rosto dos meus personagens e fiz milhares de desenhos de perfis diferentes, então me surgiu a ideia de criar um desenho que eu pudesse passar essa conexão dos dois de uma forma que se pudesse imaginar o que se passa dentro deles. Os olhos de Ryan ficaram de fora do desenho mais ou menos pra focar o sorriso que ele tá esboçando, um sorrisinho de nada, mas é como se a felicidade já estivesse expressa de maneiras demais.
Eu sei que eu estou analisando meu próprio desenho, mas é que até pra mim isso é raro, já que eu tenho essa coisa de não desenhar ou até mesmo escrever por meus olhos, mas pelos olhos das personagens. Me pego encarando essa folhinha, às vezes, e fico pensando se a May faria o mesmo se ela existisse. Estranho? Pois é, esse é meu apelido.
Tenho outros milhares de desenhos dos dois e de cada um sozinho; vou tentar analisar alguns e mandar por aqui.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

De onde veio

Uma vez me perguntaram de onde eu tirava os nomes dos personagens do meu livro, já que já escrevi tantos e nunca repeti nenhum; a resposta é simples: exatamente daquele lugar que você nunca repara. De onde? Dos créditos dos filmes! Podia até ser possível você digitar o nome de um deles e encontrar um editor de imagens famoso, um ator em início de carreira... Ah, não, já pensei tanto nisso que sempre separo os nomes dos sobrenomes; acrescento letra, tiro letra, e o resultado é essa coleção de nome esquisito que eu exponho ao longo das páginas. Falei que eu adoro nome estranho?
Mas coisa diferente aconteceu com a personagem principal de DMN, a May. O nome dela é mais que especial, porque vem de uma história um tanto triste e sem fim que eu vivi há alguns anos. Minha mania de sair fazendo amizade pela internet me rendeu uma colega incrível! A gente compartilhava dos mesmos problemas - que eu alego serem muitos -, concordávamos em milhares de assuntos, gostávamos do mesmo tipo de música, e apesar de tudo, começamos nossa amizade como inimigas mortais - longa história. Só que o tempo faz milagres; transformou a raiva em admiração, nós duas viramos inseparáveis.
Ironia, mas pra o destino separar a gente foi assim facinho! Ela perdeu o celular, a conta de orkut dela pela qual a gente se falava foi roubada e sem escolha acabamos nossa amizade por aí. Acabei sem nunca saber muita coisa sobre ela - malefícios da Internet. Sei que morava em Porto Alegre, é um tanto loirinha, minha idade, olhos claros, uma irmã mais nova que lhe roubava a paciência e, ah, se chamava May. Então se você encontrar alguém com essa descrição por aí, avisa a ela que o nome - e só o nome - foi imitado dela.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pra começar

"De repente começou a parecer que ela realmente tinha algum truque por trás do que ela era, ou do que ela me dizia; como se fosse um segredo misterioso demais pra que eu entendesse.
May era uma sombra da luz do sol quando olhou para mim. A luz bem atrás de si, sua pele pálida iluminada com dourado; mas foram seus olhos que me chamaram atenção, estavam tão tristes e cautelosos como nunca os vi. Ela parecia, também, surpresa com a minha pergunta, como se fosse muito óbvio.
– Você não vê, Borton? – Sua voz estava baixa e quebradiça, como se a tristeza e a dor a dificultassem a fala. Aquilo de alguma forma pesou em meu peito. – Você acha mesmo que está tudo certo comigo?"
Essa é a sinopse do livro, da qual eu sei que não dá pra tirar muita coisa, mas esse era exatamente o propósito, haha. Ryan é um carinha popular, mesquinho, egocêntrico, que eu tenho certeza que você consegue relacionar com alguém que conhece. A história é contada por ele, o que basicamente mostra vários pensamentos masculinos que nós mulheres sempre quisemos estar por dentro, e os homens nunca querem admitir que têm. Mostra desde de sua fase mais egoísta até seus conflitos interiores em relação a um novo sentimento que vem nascendo nele. Tadinho, não entende a mente feminina, exatamente como os homens que conhecemos, não? Curioso? Ler é melhor remédio.

Hoje

Fiz uma coisa que me deixou um monte triste comigo mesma, mas por uma boa causa a gente faz de tudo, não?

O personagem principal desse livro, o Ryan, é um carinha teimoso e complicado que nem se importa de fazer coisa errada, boa causa ou não. Gosto desse livro porque ele mostra exatamente a vida de um adolescente metido a independente, sem cortes, sem mentiras, e mesmo assim consegue ser apaixonante. Porque na vida real a gente nunca se apaixona por um cara sem defeitos, certo?

Pois é, hoje eu fui pra o shopping com um colega; estudou na escola que eu estudo ano passado, lindo que só ele, e a gente só falou "oi, Julie, prazer" e "tchau, até qualquer dia" durante todo aquele ano, logo no último dia de aula. Desde lá só nos falamos por msn, mas já aconteceu de tudo, virei cupida, conselheira; ele, psicólogo dos melhores. Só amigo, apesar de tudo.

Costume meu trazer tudo pra dentro de Depois da meia noite, acabei imaginando o que o Ryan sentiu ao encontrar a May depois daquele primeiro contratempo, logo no início do livro.